Museológico

Em 2006, as edificações, os equipamentos e os maquinários do Engenho Central, pertencentes a família Biagi – empresa B5 Participações, foram cedidos na forma de comodato por 40 anos, ao Instituto Cultural Engenho Central.

Instituição fundada com objetivo implantar o Museu da Cana realiza a gestão das atividades de salvaguarda e das ações museológicas junto ao acervo, que agrega o maquinário preservado em suas posições originais e cerca de 3.000 objetos numa área total de 44,64 hectares, sendo 9,20 hectares ocupados por edificações e 35,44 hectares cobertos por brejos, vegetação pioneira e floresta ribeirinha.

O grande destaque do acervo do Museu da Cana é a Usina Schmidt, formada por um maquinário para extração do açúcar e do aguardente pela cana. As máquinas e edifícios foram mantidos e conservados por Maurílio Biagi e seus filhos.

Além do complexo de edificações, equipamentos e maquinários do Engenho Central preservados e disponíveis para fruição na exposição principal, o Museu da Cana também salvaguarda objetos de relevância histórica na reserva técnica. Itens que contam histórias da memória industrial do interior de São Paulo e do Brasil.

Alguns dos objetos que constituem o acervo do Museu da Cana são moendas a tração animal, tachos para cozimento, cones para purgar açúcar, vidraria de aguardente, equipamentos de oficina de manutenção, modelos de peças de máquinas, carroças, bombas de abastecimento, móveis e outros.

Entre as máquinas da Usina Schmidt estão alguns exemplares fabricados no Reino Unido e na França, entre as décadas de 1870 e 1880. Este maquinário foi adquirido por Francisco Schmidt junto a outro grande fazendeiro de café da época, Henrique Dumont Villares (filho de Henrique Dumont e irmão de Santos Dumont).

Segundo o estudo de Elisabeth Zolcsak, apresentado no Plano Museológico do Museu da Cana de 2023:

“O pesquisador Jefferson Ferreira do Nascimento, em um artigo publicado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (Revista Iluminart, n. 15, 2017), informa que os equipamentos de Schmidt, adquiridos junto a Dumont Coffee Company, faziam parte de um projeto de Henrique Dumont para a implantação de engenho na Fazenda Dumont. A venda dessa fazenda para empreendedores ingleses fez com que os equipamentos franceses da empresa Fives-Lille jamais tivessem sido utilizados antes de serem instalados no Engenho Central – Usina Schmidt. Entretanto, também há, nessa usina, equipamentos da marca francesa Baudet et Boire – Lille e da marca escocesa McOnie. Roberta Barros Meira, na sua tese de doutorado de 2012, afirma que Henrique Dumont comprou, em 1899, máquinas da marca McOnie, fabricadas em Glasgow, do desativado Engenho Central do Piranga, de Minas Gerais, e que era comum o reaproveitamento de peças entre os vários empreendimentos.”

Para a aquisição da coleção museológica de objetos de antigos engenhos da região nordeste, datados do século 16, denominados de Banguê foi realizada uma pesquisa histórica coordenada por Cristina Duarte Prata, com a participação de Patricia Travassos e Claudia de P. J. Silva. Entre 1974 e 1975 a equipe viajou pelo Nordeste, principalmente pelos Estados de Pernambuco, Bahia, Alagoas e Paraíba, onde localizou e negociou a aquisição de peças e máquinas para a criação de uma organização museológica sobre a história do açúcar no Brasil. Estes objetos foram posteriormente doados pela família Biagi para a formação do Museu da Cana.

Veja algumas atividades de preservação, documentação, pesquisa do acervo Museu da Cana:

Pesquisa com apontamentos sobre objetos do Engenho Central

Sistematização dos trabalhos Engenho Central – Usina Schmidt

Estudo Estágio em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá

Inventário de Acervo do Museu

Tenha acesso ao arquivo com o inventário de Acervo do Museu

Maquinário no processo de fabricação do açúcar Crystal e Edificação